Desde o inicio que me criticam, me dizem: "não sejas assim Joana" sempre que eu lanço maus presságios e digo que deveriamos ser eliminados! Era essa minha vontade mas no fundo torcia pela minha equipa. Desde o inicio me chamaram de não-patriota e eu aceitei, sabendo que no fundo eu era a mais patriota de todos. O nosso país atravessa uma crise profunda de todos os pontos de vista e é com isso que eu estou preocupada. No entanto, não partilho o patriotismo bimbo que sinto no ar desde o inicio do Euro, aquele patriotismo de futebol, fado e fátima (lembram-se da politica dos 3 F's?), aquele pratriotismo dos patriotas apenas na hora de jogar futebol e que ao longo de todo o ano estão-se marimbando para o estado do país e faltam às urnas em dia de eleger quem nos governa, aqui e lá fora. E isso irrita-me profundamente. Pior cego é aquele que não quer ver.
Sim, sempre mandei bocas sem sucesso (ninguém vê o absurdo da situação, é inacreditavel), mas estava a torcer pela minha selecção porque todos já sabem que eu adoro Futebol, o espectaculo em si. O que eu detesto e condeno é o espirito vivido pelos portugueses desde o inicio do Euro.
Temos à porta uma nova Constituição, para quem não sabe (a maioria). A nova Constituição diz que todas as leis aprovadas na Comissão Europeia são posta em vigor cá em Portugal, automáticamente. Ora raciocinem comigo, se eles lá é que decidem e se nós, dos que lá estão, apenas votamos em 24, não deidimos quem é que aprova as leis logo, é-nos tirado o direito de escolha do nosso futuro. Isto é grave, ou não? Não! Grave é a Selecção perder!
Espero (com pouca fé) que hoje os Portugueses percebam que o futebol não decide que pessoa será o nosso próximo Primeiro Ministro, que o futebol não aumenta a qualidade de vida, nem os salários, nem as reformas. Futebol é bonito, mas atenção aos extremos!